sexta-feira, 11 de maio de 2012


De dia eu era apenas uma criança que brincava na areia do parque, à noite eu era apenas uma alma que vagava nos confins da terra.
Certo dia ao nascer do sol, olhei a minha volta e percebi que o brilho das estrelas se perdiam, mas a lua que era sozinha e solitária continuava a aparecer sua forma diminuía mas nunca se perdia no brilho de um belo nascer do sol.

Aquela criança indefesa, apenas observava o que de fato os olhos humanos não apreciam no seu decorrer do dia, percebi que tudo tinha um propósito. Desde folhas caírem de seus galhos, até nascimentos de pequenos insetos.
Estava tudo tão claro, mas ao mesmo tempo não fazia sentido algum. Mas uma noite se passava, e minha alma voltava ao seu lugar de origem, perdida nessa dimensão cheias de mistérios que ninguém jamais conseguiu decifrar uma incógnita perfeita no ar.
Meu ciclo era o mesmo a  muitas gerações, até que certo dia eu  olhei para a terra de onde brincava e descobri o tato, comendo descobri o paladar e a curiosidade veio com ela, e quando a chuva se aproximou senti o cheiro da terra molhada, aquilo me fez bem, me senti humana de novo e desejei nunca sai de onde estava. Mas nada que eu desejava era possível, precisava merecer aquilo, mas meu medo que perder a forma humana vinha à tona, eu precisava saber o que fazer para isso acontecer.

Quando o sol nasceu, la estava meus pés no chão e minha mente na terra, por mais que tudo aquilo que meus olhos ardentes já haviam presenciado esta na terra, sentindo o vento na pele, o arrepio na alma, coisas que pela noite não sentiria, apenas um vazio sem cor, formas e profundidade. Nada em minhas madrugadas me abalava nem a tristeza da solitária lua, nem a dor das estrelas de serem apagadas o seu brilho durante o dia. NADA.
E tudo aquilo me martirizava durante o dia, eu tinha sentimentos, sentia medo, dor, raiva e apenas o que eu buscava sentir era um sentimento único de quem todos falavam um que nunca havia sentido e aí pensei, talvez meus objetivos não tenham sido alcançados por falta de um sentimento único, que minha voz se cala ou referir a ele. Meus lábios se fecham ao tentar pronuncia-lo.

Era as 7 horas tudo estava escuro e lá estava eu novamente perdendo todo e qualquer tipo de sentimento que havia requerido na terra.
Busquei naquela madrugada sentir a lua, sentir a influência dela em meu corpo inteiro, como afeta minha vida diária é um movimento importante para realinhar e remodelar meu próprio ciclo interno. Reconhecer essas influências é o primeiro foi passo, busquei contemplar essas luas, observar seu corpo, tocá-lo, sentir inteiramente como reage em cada momento, estando atenta a pequenas mudanças, e assim fazer com que suas energias soassem sobre meu corpo vazio.
Descobri assim um sentimento puro e naquela noite todo o meu vazio foi preenchido, apesar de ainda não conseguir  me referir a ela percebi que tinha sorte, pois vivia em dois mundos e descobri que naquele pedaço havia vida, e não se tratava de um pedaço vazio, solitário e sim um pedaço que faltava para preencher todos os, sentimentos e fazer com que buscasse um eu. Um eu que jamais conheceria com o pensamento que tenho, com os erros que comento, com as palavras que julgo.
Algo que está tão próximo aos nossos olhos e que perdemos a capacidade de perceber as pequenas coisas que estão ao nosso redor.

Busco hoje cada dia mais, a dar valor a tudo que possuo.
(Autoria: Juuh Unclean Blood.)


sábado, 14 de janeiro de 2012

Tortured

Eu tinha uns 13 anos...
Era uma manhã de domingo, eu acho
Meus pais ainda estavam dormindo
Eu me lembro
Eu ia fingir que estava doente
para não ter que ir à igreja naquele dia...
Não pare, não pare...
E eu me virei
E lá estava ele
Meu amado, meu amado

Segurando um travesseiro
Ele cheirava a suor e arrependimento
E ele dizia...
Shhhhhh...